domingo, 31 de agosto de 2008

Não é fácil não.

É difícil aproveitar o hoje. Perdi muito tempo, muito tempo achando, pensando no que eu ia fazer em vez de levantar da cama e trocar de roupa. Em um mês eu perdi dois.

Se desgarrar de emoções e vivências não é para qualquer um, sem deixar de citar lugares. Quando se é novo não se tem noção de muitas coisas.
Fico, tentando fugir da alienação do luxo e glamour ao redor. Sim, eu preciso enxergar ao meu modo, silenciosamente, do meu jeito, observador e calada. Falo pouco. O necessário, diria.

Não é fácil encontrar alguém que sente do teu lado e fale mesma língua. Que saia contigo, combine os mesmos lugares. É mais difícil ainda ter alguém da mesma idade. As minhas melhores amigas tem mais de vinte e eu ainda nem cheguei nessa casa. Na maioria das vezes se torna frustrante estar em busca. Não em busca de novas filosofias, apesar de sempre ter essa intenção. Nada extraordinário apenas simples, meu deus, s-i-m-p-l-e-s. Nada de nerds dizendo como se deve fazer, quando fazer e por onde ir. E nem de muito pó na cara, muita maquiagem. Alguém que possa ter tudo e mesmo assim ainda tenha coragem de andar a pé sem preocupações.

Mas, como diz tal pessoa, essas pessoas são únicas e vc já as encontrou, pelo menos parte delas eu sei que encontrei.

Fugir de mundos não é a melhor solução pra quem os deseja.

Vamos lá...


Um dia eu chego lá, nessa minha imensa ilusão de moça comportada. Ah se chego! (risos)

A luz.

Nao reparem, teclado sem acento, eu odeio também...ainda não achei o ponto de interrogação, mas chego lá!


Eu fui desenterrar a Nina Simone nessa minha deprê, deprê constante. E eu to doida pra chegar em BV encontrar o Vitor e o Giovanni naquele mesmo boteco, naquela mesma tarde, naquele mesmo jazz, o tempo também poderia ser o mesmo, mas...

Porra Simone, sacaneou. Agora não te largo mais.

As boas notícias chegam. Essa semana eu marco minha passagem, pago minhas dívidas - atenção credores!

Encontrei um boteco nessa cidade, simples, calmo, com mpb, não muito cheio, do jeito que eu gosto, daquele jeito, beira de esquina, rua deserta - não muito. E fazia tanto tempo que não escutava Chico, "apesar de você, amanhã...", Caetano, "um amo assim delicado, você pega e despreza...".

Pois bem, aos poucos vou saindo, conhecendo. Já achei aquele lugarzinho do Yakisoba.

Ganhei, ganhei um peixe. Agora somos os dois. Ouvindo Nina. E mais um cd do Ney Matogrosso que eu já vinha desejando há tempos.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Clube dos estudantes-desempregados-falidos.

Antes de eu enlouquecer nessa cidade grande, embora não tanto assim, fui/vou procurar o que fazer.

O dinheiro do meu último trabalho acabou e as frustrações aos poucos vão aparecendo. Normal. Eu só preciso do mínimo que meu progenitor caridosamente, manda por semana, o mínimo que eu tenho que transformar em lazer, cultura, educação e higiene. Aí tu imagina. Não sobra nem pra uma caipirinha, poxa! Pelo menos eu tenho pai. E mãe.

Mas voltando ao início, antes de eu enlouquecer no sofá da cozinha, eu vou lá, atrás de um trabalho voluntário, vou, vou fazer a boa ação, boa ação pelo meu bem psicológico isso sim.
Não tenho reclamações. Jamais. Só preciso interagir com alguém, alguma coisa que sei ou não sei. E voltar a dormir bem, uma noite inteira de sono, por favor.

Há um ano e meio aproximadamente.

Tem coisas que são bregas, ridículas e que eu detesto. Um exemplo disso foi o que me ocorreu há um ano e meio, acho.

Uma mensagem chega no celular, duas, três, "benzinho, vc é bonita, ... etc, etc...". Eu me emputeço com essas coisas cara. O número é desconhecido e sem crédito não fui atrás de saber quem era. A semana passa e as mensagens que chegam são deletadas e mais mensagens e mais mensagens. Mas que porra meu fillho liga logo e diz quem tu és desgraçado frouxo. Isso se diz homem frouxo, vou te contar, nego que não tem coragem de ligar e dizer quem é, conversar direito é frouxo, frouxo!

Coloquei crédito, liguei para o número:
- Quem tá falando?
- É o admirador secreto.

Pára tudo! Não to dizendo? Admirador Secreto? Só o que me faltava.
Às vezes eu admiro mais o bêbados dando aquelas cantadas diretas do que uma brincadeira de ensino fundamental.

- Escuta, esse negócio de admirador secreto não é comigo, você tem nome e sobrenome, diz logo os dois.
- Hehehehe (risadinha cínica)
- Então tá, pára de enviar mensagem pro meu celular por favor.

Desliguei.

Olha, isso não é coisa que se faz. Isso é pertubar a paciência de outro. Kimané admirador secreto o quê? Sai daí. Vai lá, liga pra mulher e diz: "ô minha filha quer sair comigo amanhã?". Simples, aí ela diz sim ou não.

S-I-M-P-L-E-S.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Fase.

As olheiras duplicaram.
Não é cansaço total. É fase. Depois passa. Elas são os indicadores principais que eu não consigo esconder. Já desistir da maquiagem.

O “ar” acadêmico chegou. As olheiras chegaram. O tempo é cronometrado. A fome não passa, logo eu que fui inventar de acostumar a comer de três em três horas. A bolsa é cheia de bolachinhas. E eu ainda querendo arranjar emprego, a louca!

Calma, depois passa. O que me aperreia é sentar no estofado da cozinha e olha pro corredor da sala. A imensidão da casa em que estou dá uma tristeza. E onde só mora quatro pessoas (contando comigo), que por sinal, uma delas está viajando. “Vamos telefone, toque, pelo amor de deus, toque telefone.” E assim vai, às vezes aparece uma viva alma, um parente, um agregado familiar. Alivia a tensão, alivia a solidão. ” Vamos casa, fique cheia, cheia de gente”. Mas não. O portão fecha às 21h e o canal do Discovery Health deveria ser interativo para com a minha pessoa. Às vezes se torna quando eu corro para anotar as dicas de beleza que aparecem na vinheta, que eu nunca, nunca ponho em prática, fora isso é só eu assistindo uma televisão ou estando sentada no estofado da cozinha lendo livro, ou ainda escrevendo.

Preciso de um guarda-roupa, uma cama escorada na parede e mais travesseiros, meus travesseiros, poderia até ser um quarto.

Iaí eu acordo de manhã e elas não desaparecem, as benditas das olheiras.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Quinta-feira, rodoviária

Marquei passagem de volta. O Cachinho* me espera, é o aniversário dele e quem vai fazer o brigadeiro é a pessoa que vos escreve. Pena que no domingo já retorno.

A Layse publicou a minha 'quase' despedida no blog dela, deve tá um tanto burlesco, ainda não assisti.




*pseudônimo.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Branco

Branco, tudo branco.
Saí da sala, eu, de preto, calça preta, blusa preta, sandália preta, cabelo preto, tudo preto.

Ih, esqueci, desculpe, a faculdade é só de ciências da saúde, errei. Não porra, não errei coisa nenhuma!

Saí da sala... e no vão do pátio, tudo branco, branco, reluzente.
Eu tenho uma, apenas uma blusa branca decente para sair de casa, e ainda tem detalhe preto nela. Então chega, quando sobrar uns trocados, vou lá, comprarei várias camisas brancas, tudo branco. Calça jeans branca. Mas presta bem atenção e não enche minha paciência: QUANDO SOBRAR UNS TROCADOS, sim? Ou eu pago meu ônibus, ou eu compro roupas brancas.

Pois bem.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Tem alguma coisa errada

Quem tem um certo conhecimento, sabe diferenciar um sociólogo de um filósofo. Não acreditava nesta teoria, aliás nunca pensei que poderia chegar a esse momento, chegar a hoje. E olha, eu sou besta, besta de ficar lesa com certas certezas, com domínios aparentes.

Pois vou dizer.
Agora.

Iai que o indivíduo entra, entra na sala com aquele ar cativante, segundo o qual lembra muito meu avô, que inclusive é um ex-filosófico (que Deus o tenha), e puxa conversa, expõe a tal disciplina: Sociologia.

Eu penso: puts, nem aqui eu escapei desta bendita, mas vamos lá.

E mais conversa, e mais assuntos, tem algo errado com esse cara. Tem...ele é...ele é...
Mas que porra.

A aula acaba.
- Professor, desculpe perguntar, mas qual a sua formação?
- Filosofia.

Pimba, sabia!

- Por que?
E lá vou eu, explicar a ele que 1+1 não é igual a dois.
- Ótimo. Assim poderemos trocar figurinhas.

Que o leitor de mente fértil como eu, não pense bobagens a essa explicação. Acontece que a linguagem do sociólogo é diferente é notável comparada a de um filósofo. O filósofo carrega um amplo conhecimento de história, um jogo de pensamento, abordagens de situações, minha gente, isso é expressamente notável, e principalmente o amor que o indivíduo demonstra a lecionar. E veja bem, eu não simpatizo com a sociologia e conseqüente com o sociólogo, experiências anteriores provaram isso.

Esse semestre não será tão matante, talvez pelo jogo de cintura do filósofo.

Ai, que saudade deu das minhas revistas de filosofia que estão a 700km de distância de minha pessoa. Que saudade.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Sobre as fotos...

Pois sim, eu preciso atualizar o fotolog, mas onde eu moro é perigoso de noite e ainda não descarreguei a câmera.

A saída e a chegada.

Cheguei...
Agora com a idéias a mil para escrever.
Agora um pouco puta, puta com as pessoas que não atendem a merda do celular! Pra que diabo tens celular? Mas deixa isso pra lá.

Saí de Bv daquele jeito; minha mãe não foi, meu namorado não foi, mas o Cidão estava lá, firme e forte, acho que com o coração apertado, mais a Cris e o Paulo que quase não conseguiu me pegar na rodoviária.
Cheguei com o pé inchado, parecendo uma grávida. Fui à aula, peguei o ônibus errado, voltei precisando de uma massagem nos pés. Vou ter que trocar a sandália por tênis. E dá-lhe sol, esqueci a porra do protetor solar e dá-lhe sol.

O fim de semana vai ser ruimm.

No entanto as coisas estão ficando boas: o atlas de anatomia vai bombar esse semestre e se eu não der conta eu vou rodar.

O meu cartão de crédito foi confiscado pelo meu progenitor. Quem mandou ficar desempregada? Agora ele vai aproveitar, compra pela internet não precisa de RG mesmo.

E eu estou aqui, um pouco desolada. Os e-mails e os recados não ajudam muito e quando eu chego aqui, leio, engulo tudo o que ia dizer. E assim vai, depois melhora e acalma.

Assim vai...

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Bufunfas e o pânico.

O pessoal do meu trabalho tá fazendo uma bufunfa na sala ao lado de dar medo. Parece que vai encher de gente e o negócio tá muito chic. E hoje é meu último dia de trampo.

Hoje eu já estou desempregada. Ai, ai, ai...

Duas...

...coisas inadmissíveis:

- filme dublado, exceto Simpsons.

- mulher barraqueira.

Caderno de 2005


A varredura de mundança de Estado me fez encontrar essas preciosidades.